quinta-feira, 21 de abril de 2016

CULTURA COMO ELEMENTO SIMBÓLICO


A cultura tem uma série de características muito próprias, que revelam a sua grande importância no contexto humano. Em primeiro lugar, a cultura é aprendida. É aprendida, porque existe graças a um processo de transmissão de geração em geração e não existe independentemente dos indivíduos. A aprendizagem da cultura começa a partir do nascimento, e dá-se essencialmente por imitação dos outros. A cultura também é simbólica, pois todas as culturas possuem símbolos que são compreendidos de modo semelhante por todas as pessoas que as integram. É uma forma de comunicação, é uma rede de sentidos que torna possíveis as relações pessoais. Tudo nas culturas é de carácter simbólico. A cultura também domina a natureza, pois sobrepõe-se ao que há de biológico em nós. Cada necessidade biológica é expressa e saciada de forma diferente, consoante a cultura. Por exemplo, a necessidade de alimento é comum a todos os seres humanos, mas que é satisfeita é de modo diferente (difere no tipo de comida, no modo como se toma a refeição, as horas…). A cultura mostra-se como geral e específica ao mesmo tempo, visto que todos os homens, em qualquer sociedade, têm uma determinada cultura (não há ninguém que não tenha cultura, nasça ou exista sem ela), mas também porque as culturas são diferentes, têm características próprias, que a individualizam. Também é dito que a cultura abarca o todo. É simples; a cultura está presente em todos os aspectos da vida humana (sociais, organização do tempo e do espaço, biológicos); ou seja, a cultura está presente em tudo na nossa vida e nada está fora da cultura, pois existem normas, regras, padrões de comportamento em todas as atividades humanas. Outro aspecto da cultura, é o facto de esta ser partilhada, porque não é propriedade de um indivíduo, é de todas as pessoas de uma sociedade, a sociedade e a cultura são inseparáveis, elas são a forma de viver do ser humano. Por último, a cultura é adaptante e desadaptante. É adaptante, porque o Homem modifica a natureza, de modo a satisfazer as suas necessidade; transforma-a para se adaptar a ela. Também é desadaptante, porque o Homem coloca-se em perigo ao efetuar determinadas transformações na natureza; devido à cultura a natureza pode ser destruída (como é, por exemplo, o caso do buraco na camada do ozono).

2. Diz quais os elementos porque é constituída a cultura.

A cultura tem ao todo quatro elementos. Este elementos estão presentes em todas as culturas do mundo. O primeiro elemento é as instituições. As instituições são modelos de comportamento de carácter normativo, ou seja, as instituições referem-se a regras comportamentais. Essas normas variam de cultura para cultura. As instituições podem até ter as mesmas funções (escola, Igreja, museus), só que as exercem de maneira diferente. Outro elemento cultural tem a haver com as ideias. Estas prendem-se essencialmente com conhecimentos importantes, crenças populares (superstições, por exemplo), valores partilhados por uma determinada sociedade; também se podem relacionar por vezes com a religião. Estes dois elementos são a nível do abstrato, ao contrário dos outros dois (nível do concreto). E estes são os materiais e as técnicas. Os materiais são o mundo físico produzido pela cultura (edifícios, pontes…) e as técnicas são as formas de fazer e produzir os materiais. Por exemplo, uma casa já construída é um material; a maneira como foi feita é uma técnica (arquitetura).

3. Diz e caracteriza quais as atitudes possíveis à diversidade cultural.

Atitude etnocêntrica:

Caracteriza-se por um grupo cultural se considerar o centro de todos os outros, considerando-se superior. Observa e julga as outras culturas a partir de si. É um atentado à liberdade de escolha, e um gerador de sentimentos racistas e xenófobos. Tem duas variantes. Uma, a de assimilação, tenta forçar os indivíduos pertencentes a outras culturas a aceitarem e assimilarem (daí o nome), as normas da cultura dominante. Apesar de esta variante considerar as outras culturas como centros, acha-os inferiores. Como exemplo deste tipo de atitude temos os cristãos novos, pessoas que na Idade Média era obrigadas a sujeitar-se à cultura cristã. A outra variante, a extremista, rejeita por completo a existência de outras culturas. Considera-se como a cultura suprema e defende o extermínio dos indivíduos pertencentes a outras culturas. Provoca muitas vezes a guerra e muitas mortes. Um exemplo para este tipo de atitude é a Segunda Guerra Mundial e os ideais etnocêntricos extremistas de Hitler.


Atitude do relativismo cultural:

Parte de um falso respeito pela diversidade cultural, porque esta atitude considera que não é possível formular qualquer juízo de valor sobre as outras culturas e que os outros são inferiores e não têm capacidade de chegar ao seu nível, o que conduz a um encerramento em si mesma e à indiferença, o que faz com que as pessoas tenhas atitudes pouco humanistas e de pouco respeito. Acha que as culturas não se podem julgar exteriormente e que cada uma tem formas diferentes de entender o mundo incompatível com qualquer outra. Esta atitude tem o péssimo defeito de desculpabilizar atrocidades cometidas por algumas culturas. Este falso respeito (falso porque respeitar os outros não é calar-se; é chamar-lhes a atenção de estes não souberem respeitar valores essenciais; respeitar é diálogo) leva a atitudes de racismo e xenofobia, pois evita contatos interculturais. Não permite a evolução e dá origem a uma paralisia cultural. É uma atitude do tipo: “Se eles na sua cultura acham por bem matar mulheres à pedrada por cometerem adultério, o problema é deles”.

Atitude da hospitalidade cultural:

Exige o respeito o respeito, e logo o diálogo (pois não há respeito se não houver diálogo), entre culturas. Procura pontos em comum. A partir da comunicação intercultural tenta conseguir um enriquecimento cultural. Defende a existência de valores ou direitos universais, essenciais na convivência das pessoas. Consegue manter os seus traços tradicionais e evoluir, ao mesmo tempo. Hoje em dia, esta é uma atitude relativamente utilizada. Cada vez mais a evolução se processa de um moo mais rápido, porque cada vez mais há um diálogo e intercâmbio cultural efetivo. Esta é a atitude que permite a evolução.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO DIPp

Já li em alguns lugares comentários do tipo: O psicopedagogo não faz diagnostico porque ele não é médico.

Claro que psicopedagogo não é médico e ele faz SIM diagnostico e vou mostrar porque. Quando falamos em diagnóstico devemos entender que este não é o resultado e sim o processo, desta forma o psicopedagogo não pode dar o laudo daquilo que ele tem como hipótese mas ele realiza todo o processo de levantamentos de hipotes e aplica método, técnicas e instrumentos científicos por isso ele realiza satisfatoriamente o diagnóstico de transtorno de aprendizagem.

Depois de realizar o diagnostico ele encaminha aos profissionais competente para confirmar suas hipotes e assim fornecer um laudo ao seu aprendente.

Entretanto quero ressaltar que não cabe ao psicopedagogo realizar o processo de diagnóstico de patologias e distúrbios como o autismo, síndromes, transtorno de comportamento e distúrbios psiquiátricos sempre lembrando que o campo de estudo do psicopedagogo é a aprendizagem. Sempre vejo os profissionais da psicopedagogia preocupados com a compra e aplicação de testes para autismo , transtornos de humor, síndromes e outras patologias.

Durantes meus cursos e com a troca de experiências no grupo Psicopedagogiando fui percebendo que os profissionais confundiam o Diagnóstico com os instrumentos de diagnostico ou pior acreditavam que o DIPp é uma ferramenta única adequada para situações diferentes.

Na verdade não é bem assim. O DIPp é variado, possui tipos e se adequá a situações diferentes com os mesmos instrumentos de trabalho.

Classificamos o DIPPp em cinco tipos:

a) DIPp Situacional
b) DIPp Assistencial
c) DIPp Escolar
d) DIPp Modalidade de Aprendizagem
e) DIPp Transtorno de Aprendizagem

Cada DIPp tem sua definição e características vejamos:
a) DIPp Situacional

É o levantamento de informações acerca de uma queixa ( problema/ narração de um fato/ motivo de sofrimento/perda/dor/fracasso) em uma determinada situação específica cujo objetivo é uma investigação rápida para conclusões imediatas e planejamento para execução de curto prazo.

Por exemplo:
Um psicopedagogo trabalha em um consultório e recebe um cliente de outro psicopedagogo de uma cidade vizinha que já realizou todo o processo de investigação de queixas anteriores , problemas na escola e o cliente já estava há um ano realizando terapia de intervenção. Neste caso o psicopedagogo vai realizar um DIPp Situacional ou seja, ele vai investigar naquele momento específico o que este aprendente necessita dar continuidade na terapia, ou que processos do seu diagnóstico deve ser revisto ou reavaliado.

Outra situação típica para ser executado o DIPp Situacional são  trabalhos com periferia, igrejas , hospitais e ONG. Estes locais possuem uma clienta heterogênea com permanência indetermina e inconstantes onde o psicopedagogo não pode manter uma rotina extensa de atendimentos e necessita trabalhar diante de uma situação de resultados mais rápidos para intervenções de caráter mais paliativos.

b) DIPp Assistêncial

É o levantamento de informações realizados dentro de instituições cujo objetivo é assistencial (como os NAICAS, CRAS, Centro de tratamento de reabilitação de drogas, presídios, casa de menores infratores e outros)

Neste tipo de DIPp você tem um público diferenciado que nem sempre há uma queixa formalizada e que o psicopedagogo deverá investigar as necessidades dos aprendentes assistidos por aquela instituição.

Paramos aqui para fazer uma observação. O campo Assistencial é promissor e abrangente para o psicopedagogo, onde estão surgindo indicações e concursos cada vez mais para esta área contudo devemos nos preocupar com as formações acadêmicas que são pobres em sua maioria pois nada trazem em suas  matrizes curriculares acerca deste assunto.

Para trabalhar com o DIPp Assistencial é necessário conhecer mais acerca deste público, quem são seus usuários, como funcionam estas instituições , como trabalhar coma s equipes multidisciplinares que encontramos nestes ambientes? São dificuldades encontradas por aqueles que já estão nesse mercado e que ora outra me procuram para tirar essas dúvidas.
b) DIPp Escolar

É o levantamento de informações acerca das dificuldades no processo ensino-aprendizagem dos aspectos escolares especificamente dos alunos de uma turma, ou de toda a escola. Este tipo de DIPp é mais centrado nas dificuldades de leitura escrita, de conhecimentos matemáticos e de adaptação a metodologia de ensino. Este DIPp tem o objetivo de ajudar diretamente o aluno e seu processo de desenvolvimento escolar. Onde o Psicopedagogo poderá avaliar suas dificuldades e encontrar caminhos que lhe levem a superar junto com a equipe escolar e a família. Dentro deste DIPP é possível identificar possíveis transtornos e patologias comportamentais ou neurobiológicas que o aluno possa ter adquirido ou já ter nascido e não ter sido identificado. Nestes casos o psicopedagogo deverá encontrar os meios de como orientar a família para um tratamento da(as) patologias e auxiliar os professores e coordenação com métodos ou recursos que possam facilitar ou até mesmo superar os obstáculos encontrados pelo aprendente na sala de aula ou os professores no ato de ensinar a este aluno.


cDIPp Modalidade de Aprendizagem

O DIPp Modalidade de Aprendizagem é um tipo de DIPp que pode ser usado de forma Situacional , em ambientes Clínicos, Hospitais, Escolas, Empresas e etc porque ele visa identificar como o sujeito em aprendizagem APRENDE qual seu MODO DE APRENDER e qual seus bloqueios que possam estar NAQUELE MOMENTO (modalidades patogênicas de aprendizagem) dificultando/atrasando ou até impedindo seu desenvolvimento normal.

Este DIPP leva em consideração que todos aprendemos de formas diferentes do qual classificamos em três principais formas: visual, auditivo e cinestésico. Desta forma cada MODO de aprender influência na forma como esse processo se desenvolve e principalmente da relação com quem ensina.

Este tipo de DIPp traz os conceitos trabalhados por Sara Pain e Alicia Fernandez que sintetizam os conceitos de Jean Piaget sobre assimilação e acomodação. Desta forma neste tipo de DIPp o psicopedagogo deve compreender "Como se dá o processo de aprendizagem humana" , "Como aprendemos" .

Quando compreendemos o processo de assimilação e acomodação chegamos nos resultados dos problemas que podem SER causadores de dificuldades escolares, ou de outras aprendizagens. Levantando as hipóteses das modalidades patogênicas e de suas combinações que são: hiperacomodativa (H+) , HiperAssimilativa (HA+), Hipoassimativa (H-) e HipoAssimilativas (HA-)
Abreviaturas sugeridas por Jossandra Barbosa para facilitar o Estudo.
Desta forma podemos encontrar sujeitos com os seguintes resultados:
H+/HA+
H-/HA-
H+/H-
H+/HA-

Através deste tipo de diagnóstico o psicopedagogo poderá elaborar um projeto de intervenção especifico na modalidade patogênica que necessita de ajustes.

e) DIPp Transtorno de Aprendizagem

O DIPp Transtorno de Aprendizagem é específico para uma queixa de dificuldade de leitura, defíct de atenção, hiperatividade, dificuldades de cálculos ou seja uma queixa que por muitas vezes o cliente já tem uma linha de pesquisa ou até um outro diagnóstico.
Desta forma o psicopedagogo vai aplicar primeiramente testes e instrumentos que confirmem ou refutem este diagnóstico.

Este tipo de diagnóstico é indicado para casos de:

  • Dislexias
  • Disortografias
  • Disartrias
  • Discalculias
  • DDA
  • TDAH

Ressaltamos que o Psicopedagogo é um profissional que de Acordo com a Associação Brasilia de TDAH pertence ao quadro multidisciplinar do diagnóstico do TDAH sendo este profissional de suma importância junto com outros como neurologista e psiquiatra. O profissional de psicopedagogia identificando qualquer um dos sintomas destes transtornos neurobiológicos que afetam a aprendizagem diretamente deve fazer os encaminhamentos necessários para o laudo médico (neurologista /neuropediatra) , uso de medicação ou terapia psicológica ou fonoaudiológica assim como realizar a elaboração de um projeto de intervenção cuja finalidade é intervir nas dificuldades de aprendizagem desse sujeito portador deste transtornos a fim de que ele possa superar/aprender estratégias de conviver com tais patologias.
Ressaltamos desta forma que o DIPP não é algo simples , ou uma unica fórmula pronta encontrada em um manual. Mas sim possibilidades diferentes de atuação psicopedagógicas com objetivos centrados na investigação dos problemas de aprendizagem de um ou mais sujeitos em qualquer local visando encontrar soluções que amenize/elimine os problemas encontrados.

ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGÓGICO


quinta-feira, 7 de abril de 2016

O SONO

O sono normal comporta dois estados distintos: o sono não-REM, dividido em 4 fases, e o sono REM (que significa Rapid Eye Movement). Durante o sono REM, ocorrem movimentos oculares rápidos, a respiração torna-se irregular, a tensão arterial sobe e existe perda de tonús muscular (paralisia). No entanto, o cérebro está muito ativo – a sua atividade eléctrica, por exemplo, é idêntica à que se verifica quando estamos acordados. O sono REM é, habitualmente, associado aos sonhos e corresponde a cerca de 20-25% do tempo total de sono.

Uma pessoa que tenha perturbação comportamental do sono REM, a paralisia muscular que ocorre durante este estado é incompleta ou ausente, o que permite que a pessoa se movimente de acordo com os seus sonhos. A perturbação do sono REM caracteriza-se pelo facto de as pessoas “encenarem” os sonhos vívidos, intensos ou violentos, o que inclui comportamentos como: falar, gritar, dar murros e pontapés, sentar-se ou saltar da cama, esbracejar e agarrar objectos próximos. Pode ser precipitada uma crise pontual destas durante a desintoxicação alcoólica ou o desmame de sedativos ou alguns anti-depressivos – sendo esta a sua causa em 45% das ocorrências. Nos restantes 55% dos casos, desconhece-se por enquanto os motivos para esta perturbação. De uma forma geral, surge após a meia-idade e mais frequentemente em homens.



Ocorre, frequentemente, associada a várias patologias neurológicas de natureza degenerativa, como o Parkinson, a atrofia multisistémica, a demência de corpos de Lewy e síndrome Shy-Drager.