sábado, 30 de julho de 2016

TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM


No Transtorno de Aprendizagem há algum tipo de disfunção neurológica, que pode envolver lesões específicas do cérebro, fatores hereditários, imaturidade ou disfunções químicas. As habilidades mentais são comprometidas e agem intensamente na capacidade e na execução de atividades que podem ser ou não escolares. É importante verificar se há algum comportamento diferente ou atraso na infância. As funções afetadas geralmente são: linguagem, habilidades visuais, espaciais e motoras. As histórias familiares e fatores genéticos tem importância em alguns casos, por isso há uma necessidade dos profissionais investigarem todos os campos para realizarem um bom diagnóstico.
Existem vários tipos diagnosticados como transtorno. Os principais são referentes à Dislexia, Discalculia, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
A Equipe Apoio formada por psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos e outros profissionais, trabalha com uma visão voltada para o desenvolvimento da cognição independente da lesão, imaturidade ou hereditariedade. Acreditamos que partindo do que o sujeito já aprendeu, nós intervimos nas funções cognitivas que foram afetadas e construímos com o indivíduo a sua forma de obter o conhecimento de acordo com o seu ritmo direto nas operações mentais, contribuindo para a independência e a motivação intrínseca da criança ou adulto.

QUESTÃO DE ENSINO - ENTREVISTA

Tanya Torrico
Educadora, Psicopedagoga Clínica e Institucional
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino
Com o início das aulas, pais e professores começam a enfrentar alguns problemas com as crianças, uma delas é a dificuldade de aprendizado. A Psicopedagoga, Especialista em Didática e Metodologia do Ensino,  Tanya Torrico, em entrevista responde:

 O que é aprendizagem?

Tanya: Aprendizagem é o processo pelo qual os nossos conhecimentos e habilidades são adquiridos ou modificados. A aprendizagem se dá quando há informação do individuo. O processo de aprendizagem se dá desde o nascimento até a vida adulta, pois estamos sempre em busca de conhecimento e em constante adaptação.
 
Cada ser humano aprende de uma forma diferente. Alguns aprendem apenas olhando, outros precisam da fala, e outros ainda da escrita

O que é dificuldade de aprendizagem?

Tanya: As dificuldades de aprendizagem consistem basicamente de aspectos secundários, que são alterações estruturais, mentais, emocionais ou neurológicas, que interferem na construção e desenvolvimento das funções cognitivas.
 

Quais são as dificuldades de aprendizagem mais comuns?

Tanya : As queixas relatadas pelos professores com maior incidência sobre o aluno que não aprende são:

→ Falta de atenção;
→ Dificuldade na leitura e na escrita;
→ Dificuldade na matemática;
→ Dificuldade nos processos de pensamento;
→ Dificuldade nas atitudes de trabalho
Dentre os Distúrbios de Aprendizagem, atualmente o que mais tem sido discutido e abordado é a Dislexia, Disgrafia, Discalculia e TDAH.
DISLEXIA:
A Dislexia caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado.
DISGRAFIA:
Falha na aquisição da escrita; implica uma inabilidade ou diminuição no desenvolvimento da escrita, é também chamada de letra feia.
Atinge de 5 a 10% da população escolar e pode ser dos seguintes tipos: Disgrafia do pré-escolar; construção de frases; ortográfica e gramatical; caligrafia e espacialidade.
DISCALCULIA:

É causada por uma má formação nos neurônios que dificulta a aprendizagem dos números, falha na aquisição da capacidade e na habilidade de lidar com conceitos e símbolos matemáticos. 

Basicamente, a dificuldade está no reconhecimento do número e do raciocínio matemático. 
Atinge de 5 a 6% da população com DA e envolvem dificuldades na percepção, memória, abstração, leitura, funcionamento motor; não entendem enunciado dos problemas nem a sequência lógica.

DISORTOGRAFIA

É o transtorno da grafia que juntamente com a dislexia, dificulta a aprendizagem e o desenvolver das habilidades da linguagem por sua vez escrita. Traçado incorreto da letra, alteração no espaço, falta de clareza na escrita, são alguns dos sintomas da disortografia.

TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade):
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
Características: Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas; tem dificuldade para organizar tarefas e atividades; distrai-se com estímulos externos; mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira; interrompe os outros ou se intromete (p.ex. mete-se nas conversas / jogos).
Essas dificuldades podem interferir na vida da criança?
Tanya : As dificuldades de aprendizagem constituem o principal desafio para os educadores. O fracasso escolar atinge as crianças em desenvolvimento, derrubam sua auto-estima, promovem dificuldades de relacionamento, distúrbios de comportamento e a marginalização daqueles que não se adaptam a regras sociais que não o reconhecem como sujeito em processo de aprendizagem.
Do enorme contingente de crianças com fracasso escolar, apenas uma minúscula fração consegue ser encaminhada a um recurso que permita compreender suas dificuldades, para obter algum atendimento a respeito da dificuldade que apresenta.
O diagnóstico precoce do distúrbio de aprendizagem é fundamental para a superação da dificuldade. Desta forma se verifica a área mais comprometida e se encaminha para a abordagem terapêutica mais adequada.
Essas dificuldades são provocadas por quais fatores?
Tanya : Sabemos que existem vários fatores que afetam a cognição, como por exemplo:
Fatores Emocionais que invadem os processos de pensamento (ansiedade, insegurança...); Orgânicos ( baixa visão/ audição...);
Neurológicos ( lesão cerebral...);
Comportamentais ( TDAH, Asperger...);
Sindrômicos e muitos outros, os quais dificultam o diagnóstico, impedindo assim, que se faça uma intervenção precisa e eficaz.
Por este motivo, é importante que se faça um trabalho em equipe, onde médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, especialistas em Educação Especial, cada um em sua área, lançam mão de suas técnicas e conhecimentos específicos, a fim de oferecer um diagnóstico preciso, para que se faça uma intervenção apropriada para cada caso.
Quanto mais cedo qualquer distúrbio e/ou dificuldade de aprendizagem for percebida, maior a chance de iniciar o tratamento e alcançar êxito satisfatório no processo cognitivo e consequentemente, na aprendizagem.
Existem tratamentos?
Tanya : Torna-se necessário orientar aluno, família e professor, para que juntos, possam buscar formas para lidar com alunos/filhos, que apresentam dificuldades e/ou que fogem ao padrão, buscando a intervenção de um profissional especializado. Algumas vezes, recomenda-se psicoterapia individual ou em família. Os medicamentos podem ser receitados pelo médico para algumas patologias quando necessário.
É importante reforçar a confiança da criança consigo mesma, tão vital para um desenvolvimento saudável.
Como os pais e professores podem detectar?
Tanya : A identificação precoce das Dificuldades de Aprendizagem no ensino pré-primário, ou mesmo antes, constitui, portanto, uma das estratégias preventivas mais importantes para a redução e minimização dos seus efeitos, pois, neste período crítico de desenvolvimento, a plasticidade neuronal é maior, o que quer dizer que os efeitos de uma intervenção compensatória e em tempo útil podem ter conseqüências muito positivas nas aprendizagens posteriores.
Para se desenvolverem estratégias preventivas temos que considerar para além dos educadores e dos professores, os próprios pais, pois como conhecem muito bem os seus filhos, podem notar neles padrões de desenvolvimento diferentes, mesmo no seio da mesma família.
Os pais, por exemplo: podem notar que um dos seus filhos tem mais dificuldades em dominar o alfabeto que outro, ou que tem mais relutância para aprender a ler ou é mais distraído e descoordenado. As preocupações dos pais a respeito destas questões devem ser seriamente consideradas, pois, na sua observação diária e na sua reflexão não profissional, podem evocar sinais muito importantes para organizar uma avaliação dinâmica do potencial de aprendizagem dos seus filhos.
Os sinais mais importantes que devem ser observados durante os primeiros anos de escolaridade no Ensino Fundamental são:
• esquecimento;
• dificuldades de expressão linguística;
• inversão de letras (escrita do nome em espelho);
• dificuldades em relembrar as letras do alfabeto;
• dificuldades em recuperar a seqüência das letras do alfabeto;
• dificuldades psicomotoras (tonicidade, postura, lateralidade, somatognosia, estruturação e organização do espaço e do tempo, ritmo, praxia global e fina, lentidão nas auto-suficiências);
• dificuldades nas aquisições básicas de atenção, concentração, interação e imitação;
• confusão com pares de palavras que soam iguais (por exemplo: nó-só; tua - lua, vaca-faca; etc.);
• dificuldade em nomear rapidamente objetos e imagens;
• dificuldades em reconhecer e identificar sons iniciais e finais de palavras simples;
• dificuldades em juntar sons (fonemas) para formar palavras simples;
• dificuldades em completar palavras e frases simples;
• dificuldades em memorizar e reproduzir números, sílabas, palavras, frases, pequenas histórias, lengalengas, etc.
• relutância em ir à escola e em aprender a ler;
• sinais de desinteresse e de desmotivação pelas tarefas escolares;
• dificuldade em aprender palavras novas;
• dificuldades em identificar e nomear rapidamente letras e sílabas;
• dificuldades grafomotoras (na cópia, na escrita, no colorir e no recortar de letras);
• dificuldades com sons de letras (problemas de compreensão fonológica);
• memória fraca;
• dificuldades psicomotoras;
• perda freqüente e desorganização sistemática dos materiais escolares, etc.
Os sinais mais importantes que devem ser observados no fim do 1ºCiclo de Escolaridade:
• continua a evidenciar todas as dificuldades acima referidas;
• problemas de comportamento e de motivação pelas atividades escolares;
• frustração e fraca auto-estima;
• problemas de estudo e de organização;
• fracas funções cognitivas de atenção, processamento e planificação;
• fraco aproveitamento escolar;
• pode evidenciar habilidades fora dos conteúdos escolares;
• dificuldades em concluir os trabalhos de casa;
• hábitos de leitura, de escrita e de estudo muito vagos;
• fraco conhecimento global;
• mais tempo para terminar testes ou avaliações escritas;
Todos estes sinais são facilmente identificáveis por pais, professores e pelo profissional, razão pela qual devem trabalhar em conjunto, pois a sua permanente interação e comunicação pode encontrar vias alternativas de suporte e de apoio psicopedagógico, com a finalidade de oferecer um diagnóstico preciso, para que se faça uma intervenção apropriada para cada caso.
Em suma, cabe aos professores e profissionais da escola, além, é claro, dos familiares, acompanharem o crescimento e o desenvolvimento de suas crianças e jovens, ao menor sinal de problema de aprendizagem, procurar verificar as causas e consultar um especialista.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

EXPLICANDO SOBRE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Ao tratar da questão das dificuldades de aprendizagem, não se pode optar por lidar somente com comportamentos emergentes e algumas possíveis fórmulas de solução. Ao contrário, acredita-se que quando se busca explicação para as dificuldades de aprendizagem nos seus inúmeros fatores determinantes (neurológicos, psicológicos, funcionais, sociais, culturais, pedagógicos, familiares, etc.) esta só tem sentido quando plenamente integrada ao processo histórico de cada indivíduo e às múltiplas interações sociais que ocorrem no contexto em que ele se insere.

Nesse sentido, Fonseca (1995) cita que ao se estudar as dificuldades de aprendizagem a partir de metodologias reeducativas sofisticadas ou de processos neuropsicológicos, chega-se a concepções unidimensionais ou unifatoriais que levam a conceitos, teorias e modelos “psiquiátricos, psicométricos, neuropsicológicos, pedagogizantes ou socializantes exclusivistas” (Fonseca, 1995; p. 16). Exemplos desses modelos estão representados nas teorias de organização neurológica, teorias de dominância hemisférica, teorias perceptivas que, explicando as dificuldades de aprendizagem por inúmeros aspectos, excluem outras abordagens que poderiam compor um quadro causal mais abrangente.
Parece claro que as dificuldades de aprendizagem não são encaradas num modelo interacionista e dialético. Dum lado, os defensores que vêm as dificuldades de aprendizagem na criança e nos seus déficits de processamento da informação. Do outro, os defensores que vêm as dificuldades no professor e nos seus processos de trabalhos. Dislexia ou dispedagogia? Problema da(s) criança(s) ou problema do(s) adulto(s)? Dificuldade de aprendizagem ou dificuldade de ensino? A falta de uma perspectiva integrada, a delimitação de áreas de conteúdo e o divórcio interdisciplinar entre profissionais, fazem perder de vista uma dimensão global das dificuldades de aprendizagem. (Fonseca, 1995, pp. 75-76)
Estudando as origens das dificuldades de aprendizagem, Fonseca (1995) considera a integração entre uma etiologia hereditária e neurobiológica e uma etiologia sócio-cultural dessas dificuldades. Considerando, em termos explicativos, cada um desses fatores, o autor classifica-os em fatores biológicos, fatores sociais, fatores de envolvimento e de privação cultural e fatores sócio-econômicos.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

NEUROSE FORMAÇÃO SUJEITO

Considerações Iniciais


A palavra “neurótico” tem sido usada pelo senso comum, como sinônimo de loucura, o que classifica um pensamento impróprio. Nesse sentido, entende-se neurose como uma determinada forma de subjetividade, ou seja, como o indivíduo reage e interpreta às situações da sua vida.
Define-se neurose ou psiconeurose como quadros de origem psíquica que podem estar relacionados a situações externas na vida do sujeito, os quais provocam desordem na saúde mental, física ou da personalidade do indivíduo, podendo gerar angústia e ansiedade em vários contextos.
Do ponto de vista psicanalítico a neurose é decorrente de tentativas ineficazes para lidar com conflitos e traumas inconscientes. Por assim dizer, o que diferencia a neurose da normalidade é a intensidade do comportamento e a incapacidade do sujeito em resolver conflitos de maneira satisfatória.
O conceito de neurose foi estabelecido em 1769 pelo médico William Cullen para fazer menção a "desordens do sentido e ação". Para ele, a neurose descreve várias desordens nervosas e sintomas que não poderiam ser explicados psicologicamente. 
Neurose deriva da palavra grega neuron (nervo) com o sufixo osis (doença ou condição anormal). Entretanto, o termo neurose foi mais influenciado por Sigmund Freud e Carl Jung mais de um século depois.
Para a teoria psicanalítica pode ter origem nos mecanismos de defesa do ego, e podem ser classificados nesse aspecto pessoas que possuem alguma desordem psíquica que as impede de ter uma vida saudável.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

O DESENHO INFANTIL COMO INSTRUMENTO DIAGNÓSTICO



O desenho enquanto instrumento avaliativo é utilizado como perspectiva de traspassar a barreira da visão aparente para enxergar aspectos que apontem certas necessidades do indivíduo. Uma análise mesmo que superficial sobre a utilização do desenho como instrumento clínico levará a uma abordagem sobre o inconsciente.

       O desenho como instrumento clínico não deve ser visto como uma expressão artística, que se atenha às questões de plasticidade. Mas, com o propósito de avaliação tendo o objetivo de colher informações sobre como uma pessoa vivencia a sua individualidade em relação aos outros, também para facilitar a projeção de elementos da personalidade e áreas de conflitos. Segundo Harris (1981), o desenho é útil para o estudo da personalidade ou como meio de diagnóstico na avaliação clínica, e se fundamenta na teoria na psicologia da imagem de si mesmo, assim como na teoria psicanalítica da projeção.

Dessa maneira, um desenho de uma figura humana, por exemplo, além de projetar uma imagem corporal, também projeta uma gama de informações relacionadas ao autoconceito, como: a imagem ideal do “eu” e as atitudes para com os outros. Consequentemente o desenho pode ser uma expressão consciente, mas pode também incluir símbolos disfarçados e fenômenos inconscientes.

Portanto, o desenho é um instrumento de linguagem autêntica, uma vez que capta conteúdos inconscientes, sem a intervenção de quem está desenhando. Porém, mesmo que a pessoa busque intuir que algo do seu interior, do seu eu, irá tornar-se conhecido, não terá controle sobre o que será exposto. Nesse ponto, Nasio (1993, p. 79) argumenta que “toda linguagem é uma linguagem exposta à emergência dos efeitos do inconsciente”.

O desenho comunica por meio do inconsciente aquilo que, por cautela ou por autocensura, o seu autor não se permite verbalizar. Logo, tudo que o indivíduo diz, faz, escreve ou desenha é uma projeção do seu EU, ou então, são fragmentos de si mesmo. E até mesmo a recusa ou discurso de que não sabe desenhar, pode sugerir uma preocupação com a aparência do desenho, uma preocupação com a perfeição, mas, na realidade significa resistência, que é um mecanismo de defesa, o receio de se projetar. Segundo Van Kolck (1984, p.10), “casos de rejeição em graus diferentes de intensidade, a partir da negação a desenhar até o não complemento do desenho”.

A resistência é um ato aparentemente consciente, porém de origem inconsciente, é mais constante quando se trata de figura humana, pois entre os desenhos é o mais realizado. Essa resistência ou rejeição está associada ao nível de desajustamento do sujeito, uma vez que evidencia as dificuldades, as relações interpessoais e a consciência corporal, o que não acontece com outros tipos de desenhos como a casa ou árvore, embora estes também revelem muitas informações sobre o sujeito.

Van Kolck (1984) diz que além da projeção, outros mecanismos podem se manifestar, como: identificação e introjeção. No entanto, a expressão e adaptação são os dois processos que ocupam lugar de importância assim que o desenho é concretizado.

O mecanismo de expressão refere-se à análise do estilo característico da resposta que se mostra por meio gráfico da forma. Enquanto que a adaptação diz respeito à adequação à tarefa solicitada, e sua respectiva correspondência com a faixa etária, sexo e eventual patologia. Lembrando ainda que, o mecanismo de caráter projetivo verifica as situações e objetos que denotam conteúdo e maneira de tratar o tema.

AUTISMO OU TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

 A partir do último Manual de Saúde Mental – DSM-5, que é um guia de classificação diagnóstica, o Autismo e todos os distúrbios, incluindo o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS) e Síndrome de Asperger, fundiram-se em um único diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista – TEA.
TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento.
TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as pessoas com autismo têm problemas de saúde física, tais como sono e distúrbios gastrointestinais e podem apresentar outras condições como síndrome de deficit de atenção e hiperatividade, dislexia ou dispraxia. Na adolescência podem desenvolver ansiedade e depressão.
Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, desde estudar na escola, até aprender atividades da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição. Algumas poderão levar uma vida relativamente “normal”, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de toda a vida.
O autismo é uma condição permanente, a criança nasce com autismo e torna-se um adulto com autismo.
Assim como qualquer ser humano, cada pessoa com autismo é única e todas podem aprender.
As pessoas com autismo podem ter alguma forma de sensibilidade sensorial. Isto pode ocorrer em um ou em mais dos cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – que podem ser mais ou menos intensificados. Por exemplo, uma pessoa com autismo pode achar determinados sons de fundo, que outras pessoas ignorariam, insuportavelmente barulhentos. Isto pode causar ansiedade ou mesmo dor física.
Alguns indivíduos que são sub sensíveis podem não sentir dor ou temperaturas extremas. Algumas podem balançar rodar ou agitar as mãos para criar sensação, ou para ajudar com o balanço e postura ou para lidar com o stress ou ainda, para demonstrar alegria.
As pessoas com sensibilidade sensorial podem ter mais dificuldade no conhecimento adequado de seu próprio corpo. Consciência corporal é a forma como o corpo se comunica consigo mesmo ou com o meio. Um bom desenvolvimento do esquema corporal pressupõe uma boa evolução da motricidade, das percepções espaciais e temporais, e da afetividade.
As pessoas com Transtornos do Espectro Autista podem se destacar em habilidades visuais, música, arte e matemática
  • A maioria das pessoas com autismo é boa em aprender visualmente;
  • Algumas pessoas com autismo são muito atentas aos detalhes e à exatidão;
  • Geralmente possuem capacidade de memória muito acima da média;
  • É provável que as informações, rotinas ou processos uma vez aprendidos, sejam retidos;
  • Algumas pessoas conseguem concentrar-se na sua área de interesse especifico durante muito tempo e podem optar por estudar ou trabalhar em áreas afins;
  • A paixão pela rotina pode ser fator favorável na execução de um trabalho;
  • Indivíduos com autismo são funcionários leais e de confiança;

ENTENDA


FALANDO DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM


sábado, 16 de julho de 2016

PRINCIPAIS ÁREAS DO CÉREBRO ESTIMULADAS

LOBO OCCIPITAL - Responsável pelo processamento da informação visual. Recebe estímulos de brinquedos e objetos coloridos, ilustrações, videogame e televisão

LOBO PARIETAL - Relacionado às sensações táteis e habilidades matemáticas e espaciais. Estimulado pelas brincadeiras, brinquedos e música

LOBO TEMPORAL - Encarregado do processamento dos sons, da compreensão da linguagem e do gerenciamento da memória. Estimulado pela leitura de histórias, música, instrumentos musicais, brinquedos e pelo aprendizado de idiomas

LOBO FRONTAL - Responsável pelo pensamento, planejamento, comportamento, emoção e movimentos voluntários. Estimulado pela música, leitura, brincadeiras, videogame, movimentos corporais (como a dança)

LOBO TEMPORAL
Além disso, os pais e cuidadores devem estar sempre interagindo com a garotada, brincando e conversando desde os primeiros dias de vida. O toque, por exemplo, estimula a função cerebral responsável pela sensibilidade, a primeira a se desenvolver, assim como a visual e a motora. Para incentivar as funções visuais, a criança precisa manter contato com brinquedos e objetos de cores vivas e contrastantes. As motoras são estimuladas por meio de brincadeiras.

FOCO NA LEITURA

Independentemente da carga genética, o cérebro humano tem de ser constantemente desafiado para que mantenha e até melhore as suas funções cognitivas (como memória, percepção, raciocínio lógico-matemático, linguagem, atenção, aprendizado...). Mas, como é na infância que se desenvolvem as bases da inteligência, exercitar os neurônios desde cedo é tão importante para a garotada quanto ir à escola, dormir cedo e obedecer aos pais.

Assim que a criança nasce, os estímulos têm de ocorrer da forma mais variada possível. Desde o simples toque no bebê recém-nascido até brincadeiras e atividades mais complexas e desafiadoras a partir dos seis ou sete anos. É através dos estímulos sensoriais que são formadas as chamadas sinapses - conexões que favorecem a comunicação entre os neurônios. Quanto mais sinapses se formarem, melhor serão as capacidades cognitivas e maior será o aprendizado ao longo da vida.

"A capacidade de compreensão dos bebês é muito maior do que a maioria dos pais pode julgar", alerta o neuropediatra Luiz Celso Pereira Vilanova, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Os adultos também não sabem que têm um papel fundamental para o desenvolvimento do cérebro de seus filhos. "Especialmente nos primeiros seis meses de vida, o vínculo afetivo favorece conexões cerebrais do bebê que irão valer para a vida inteira", garante a pediatra Ana Maria de Ulhôa Escobar, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo.

terça-feira, 12 de julho de 2016

MUSICOTERAPIA E DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM



A dificuldade de aprendizagem (DA) é caracterizada por um grupo heterogêneo de transtornos que se manifestam por dificuldades significativas na aquisição e uso da escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas, levando consequentemente a um atraso no rendimento escolar. Podem ser classificadas em: dislexia, disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), estando ou não associadas a outras condições desfavoráveis como, por exemplo, alteração sensorial, retardo mental, distúrbio social ou emocional, ou influências ambientais como diferenças culturais, instrução insuficiente/inapropriada e fatores psicogênicos. (National Joint Committee on Learning Disabilities).

A Musicoterapia pode fazer uma grande diferença para os alunos com dificuldades de aprendizagem e tem sido utilizada com pessoas de diferentes faixas etárias (desde a pré-escola até a idade adulta tardia)  pois, através do “fazer musical” o terapeuta cativa à atenção do indivíduo, transpassando “barreiras” e indo diretamente ao encontro de suas emoções. Por este motivo, a música fornece um ambiente seguro e motivador, estimulando e utilizando diferentes partes do cérebro. Ela promove ainda o raciocínio, as habilidades de leitura, o controle motor e bem-estar físico, a comunicação e desenvolvimento da linguagem, a facilitação do processo de memorização por intermédio de técnicas de improvisação e recriação, a compreensão de sentimentos e respostas. Outro recurso da musicoterapia, o canto, trabalha o controle da respiração, o que auxilia na comunicação oral-motora e nas habilidades de articulação. Na manipulação de ritmo a clareza de voz pode ser melhorada, e o tempo do discurso da fala é adaptado para fornecer maior capacidade de comunicar-se. A expressão espontânea também é estimulada, elevando assim a autoestima e dando uma maior independência, uma vez que os alunos com DA sentem-se rejeitados pelos colegas. 
A Musicoterapia ajuda ainda na verbalização de crianças com algum bloqueio psicoemocional, e a improvisação atua de tal forma que o terapeuta pode mudar e adaptar a sua resposta para atender às necessidades do cliente ou reagir a qualquer mudança de comportamento, diminuindo a ansiedade muitas vezes associada aos distúrbios da fala.  
Apesar de todos estes benefícios, muitos pais diante das dificuldades escolares apresentadas por seus filhos, acreditam que depois de algum tempo eles conseguirão acompanhar os demais, e nem sempre buscam auxílio terapêutico. Contudo, uma simples dificuldade muitas vezes pode transformar-se em algo significativo e não depende apenas do esforço da criança, mas do apoio dos pais, dos educadores e do terapeuta.