quinta-feira, 30 de junho de 2016

PROCESSO DE AVALIAÇÃO




Provas/Exames tem por finalidade, com relação a aprendizagem escolar, verificar o nível de desempenho do educando em determinado conteúdo e classifica-lo em termos de aprovação/reprovação, separando assim, os “eleitos” dos “não eleitos”.

Essa característica das provas/exames, porém, não é graciosa. Ela está comprometida, como os enunciados dos textos e falas, com o modelo de prática educativa e de sociedade a que serve. No caso das Provas/Exames, temos o seu conhecimento na origem moderna que se sistematizou a partir do século XVI e XVII, com a aparição da sociedade burguesa. A prática que conhecemos é herdeira dessa época, pois a sociedade burguesa é marcada pela exclusão e marginalização de grande parte dos seus membros.  Basta notar que os slogans da Revolução Francesa, por si, eram amorosos, mas nenhum deles é traduzido como prática histórica e concreta da sociedade. Essa liberdade foi definida no limite da lei; evidentemente, da lei burguesa. E a fraternidade permaneceu como palavra que o vento levou (Praticar a fraternidade seria negar a possibilidades da sociedade burguesa, que tem por base a exploração do outro pela apropriação do excedente do seu trabalho, ou seja, pela apropriação da patê não paga pelo trabalho alheio e nesse contexto, o ato pedagógico, e ainda menos, o ato das provas/exames poderiam ser um ato amoroso).

A denominação avaliação da aprendizagem é nova e foi atribuída a Ralph Tyler, que a cunhou em 1930. Ele é educador norte-americano à questão de um ensino que fosse eficiente e aqui no Brasil ele é conhecido pelo seu livro Princípios Básicos de currículo e ensino, publicado e traduzido pela editora Globo.

Essa denominação mudou, porém a prática continuou a mesma, as de provas e exames. Ela é muito difícil de ser mudada por que a avaliação, por si, é um ato amoroso, mas a sociedade em que está sendo praticada não o é, daí vence a sociedade e não a avaliação. Enquanto as finalidades e funções das provas e exames são as mesmas que as da sociedade burguesa, as da avaliação a questionam, por isso é tão difícil realizar a avaliação na integralidade do seu conceito.

O ato amoroso é o ato que acolhe ações, alegrias e dores como eles são; acolhe para permitir que cada coisa seja o que é, neste momento. Para tanto, o ato amoroso tem como característica não julgar. Os julgamentos até aparecerão, mas com o objetivo de dar curso à vida e não de excluí-la. É como na passagem de Maria Madalena, onde Cristo inclinou-se aos seios dos seres humanos, enfrentando os fariseus com a seguinte frase: “Atire a primeira pedra quem não tiver pecado algum”. E com essa expressão ele a acolheu, por isso ela foi curada no corpo e na alma, pois o acolhimento integra e o julgamento afasta.  Esse ato de Cristo foi um ato amoroso, que por si só se tornou acolhedor, integrativo e inclusivo.

A avaliação tem por base acolher uma situação, para então (e só então), ajuizar a sua qualidade, tendo em vista estender-lhe a mão se necessário for ela tem como base a inclusão e não a exclusão; a inclusão e não a seleção. A prática de provas e exames exclui parte dos educandos, por basear-se no julgamento, já a avaliação os inclui por devido ao fato de diagnosticá-los e, por isso, oferecer-lhes condições para encontrar o caminho a seguir.

De um lado, a avaliação da aprendizagem tem por meta ajudar o aluno em seu crescimento, e por isso, na sua integração, ajuda-o na apropriação dos conteúdos significativos. Aqui, ela se apresenta como meio constante de fornecer suporte ao aluno no seu processo de descoberta e de constituição de si mesmo.

Por outro lado, a avaliação da aprendizagem responde a uma necessidade social, pois a escola recebe o poder social de educar as novas gerações, e por esse motivo deve responder a esse poder. Esses dois objetivos só fazem sentido e caminham se estiverem juntos, porque se for dada a atenção apenas ao sujeito indivíduo, iremos cair no espontaneísmo; e se centrarmos apenas o segundo, chegaremos ao auge do autoritarismo.
O caminho é o meio, onde o crescimento do educando articula-se com o coletivo, não no sentido de atrelamento, mas no sentido da responsabilidade que a escola necessita ter com cada indivíduo.

Assim sendo, a avaliação da aprendizagem auxilia educando e educador em sua viagem comum de crescimento, e juntos eles constroem a aprendizagem, testemunhando-a tanto para a escola quanto para a sociedade. A construção, para ser construção, deve incluir, seja do ponto de vista individual, seja do ponto de vista coletivo, integrando e educando num grupo de iguais, do todo e da sociedade geral.

É importante estar atentos à função constitutiva de diagnóstico para uma avaliação que crie bases para a tomada de decisões, por meio de encaminhar os atos subsequentes, na perspectiva da busca de maior desempenho nos resultados. 

São elas:

Propiciar a auto compreensão, tanto do aluno quanto do professor, por meio dos atos de avaliação como aliados na construção dos resultados satisfatórios. É necessário ter consciência de onde se está, para assim conseguir acolher aonde quer que for. Como aliados, aluno e professor podem se auto compreender a partir da avaliação da aprendizagem.

 Motivar o crescimento. A avaliação motiva na medida que diagnostica e cria assim, desejos para obter resultados satisfatórios. Os alunos sentem-se mal com comentários desabonadores feitos pelos professores no momento da devolução de trabalhos e dos seus resultados, sentindo-se desmotivados pelas palavras. A avaliação pode e deve ser motivadora para o aluno e para o seu crescimento e busca pelas possiblidades.

Aprofundar a aprendizagem, dando ao educando a oportunidade de aprender o conteúdo obtido nos exercícios e de forma apropriada, pois aqui o exercício é tido como para o aluno como fonte de possibilidades e de múltiplas oportunidades de aprender. Os exercícios podem e devem ser tomados como exercícios de aprendizagem.

Auxiliar a aprendizagem. Se tivermos a compreensão de que a avaliação auxilia na aprendizagem, certamente estaremos fazendo o melhor para que os nossos alunos aprendam e se desenvolvam.

Por fim, para cumprir essas funções, é importante que estejamos atentos a alguns cuidados que serão usados como instrumento de operacionalização:
Ter ciência de que, por meio desses instrumentos de avaliação estamos solicitando ao aluno que manifeste sua intimidade. Não podemos, então, aproveitar essa manifestação para “tomar posse” desses alunos, respeitando sua intimidade e a cuidando com carinho.

Construir instrumentos para coletas de dados e avaliação, com atenção aos pontos: Cobrir uma amostra significativa de todos os conteúdos ensinados e aprendidos de fato, para os planejamentos de ensino para a avaliação; Compatibilizar as atividades motoras, trabalhadas e desenvolvidas na prática do ensino aprendizagem; Compatibilizar os níveis de dificuldade, pois um instrumento de avaliação não pode ser fácil ou difícil demais. Ele deve ser compatível, em termos de aprendizagem; Usar uma língua clara e compreensível, para salientar o que se deseja pedir, porque ninguém pode responder uma pergunta sem compreendê-la; Construir instrumentos que auxiliem a aprendizagem dos alunos, seja por métodos de demonstração, seja por essencialidade ou pelos exercícios inteligentes cognitivos propostos.

Por último, é preciso estarmos atentos também ao processo de correção e devolução dos instrumentos de avaliação escolar dos estudantes:

Quanto a correção, é importante não usar somente o vermelho como cor predominante dos exercícios mal sucedidos. Pode-se usar outra cor, e não é necessário borrar os trabalhos, tendo um afeto positivo na hora da correção.

Quanto a devolução, é importante que o professor, pessoalmente entregue a avaliação ao educando, pois foi dele que o professor a recebeu. Isso implica respeita pelo aluno e a oportunidade de um processo de diálogo construtivo entre educador e aluno.
Assim a avaliação se destina ao diagnóstico, por isso ela é inclusão, por que destina-se a melhoria no ciclo de vida. É visível a nossa dificuldade em compreendê-la e praticá-la... Mas, o convite deve ser feito. É uma meta a ser traçada e trabalhada, para que com o tempo, se transforme em realidade, por meio de nossas atitudes e ações, pois somos nós os responsáveis diretos por esse processo.




LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: um ato amoroso. In:

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 201-213.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

HIPERLEXIA



Hiperlexia é uma condição de desenvolvimento relacionada ao autismo.


DEFINIÇÃO

HIPERLEXIA – esta é a palavra que define uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas, presente em crianças que mostram certo retardo em determinadas áreas do seu desenvolvimento.

OS SINTOMAS FUNDAMENTAIS

A síndrome da hiperlexia é constituída por três características básicas:
Capacidade precoce para a leitura;
Dificuldade no processamento da linguagem oral;
Comportamento social atípico.



LEITURA PRECOCE.

Não é raro que as crianças hiperléxicas leiam as palavras de cabeça para baixo, ou em qualquer posição.Geralmente é entre os 18 e os 24 meses que as crianças hiperléxicas demonstram capacidade para identificar letras e números. Por volta dos três anos, começam a ver as letras reunidas, formando palavras não importando em que contexto apareçam, nem que aspecto tenham; datilografadas ou manuscritas, maiúsculas ou minúsculas, a criança reconhece. É bem provável que, ainda sem ter desenvolvido a capacidade de falar, sem dominar a linguagem oral usada por outras crianças da mesma idade, ela já esteja lendo palavras e frases.Isso não é ensinado. A capacidade de ler, simplesmente aparece e fica. Do reconhecimento da palavra escrita, a criança, sem prévia instrução fonética, evolui para se interessar pelas sílabas que a compõem. Ela aprende a decifrar, a decodificar palavras.Algumas crianças atingem alto nível visual, instantâneo, e raramente erram a pronúncia, mesmo de palavras difíceis. Outras crianças continuam a reconhecer as palavras pela forma, ou usam uma combinação de decifração fonética e reconhecimento visual.Geralmente, se uma criança começa a ler, sem receber lições, antes dos cinco anos, isto é considerado leitura precoce e pode significar hiperlexia. As crianças hiperléxicas não têm, todas, igual capacidade de ler, algumas lêem aos dois anos outras só aos quatro. A compreensão também varia, mas todas reconhecem as palavras em nível muito superior ao que se poderia esperar de um pré-escolar.



DIFICULDADES COM A LINGUAGEM ORAL

Para uma criança hiperléxica o nível do reconhecimento de palavras isoladas é um, e outro é o nível de compreensão de palavras agrupadas, formando conceitos.



CONDUTA SOCIAL ATÍPICA

Enquanto outras crianças estão começando a falar e descobrindo na linguagem um meio de comunicação com seus pares, as hiperléxicas estão por fora ! Elas não têm interesse social no mesmo nível que pode ser notado em outras crianças, se colocadas em ambiente social, demonstram não possuir as qualidades requeridas para interação em grupo.



LEITURA COMPULSIVA

As crianças hiperléxicas lêem tudo que seus olhos encontram em forma de letra. Pode ser difícil conseguir que fiquem sentadas por algum tempo, lendo histórias infantis, mas lerão qualquer outra coisa que lhes apareça.Elas, simplesmente, não podem evitar isso, pois os estímulos visuais são muito do seu agrado, principalmente sob a forma de letra.



CONDUTA INFLEXÍVEL

Uma criança pode ser muito geniosa sem que isso nada tenha a ver com a hiperlexia, mas o que se ressalta é que, nas crianças hiperléxicas, o “mau gênio” é ainda mais forte e as explosões podem ser bem mais duradouras. As situações constrangedoras podem ocorrer por conta da inflexibilidade, típica das crianças hiperléxicas, que se julgam com o direito ao comando das decisões, mas também pode ter raízes na circunstância de aquelas crianças não entenderem os fatos correntes, nem saberem o que se esperam que elas façam. É a limitação da sua linguagem que determina a sua conduta. Desde que não entendem o que dizem as pessoas, procuram assumir o controle da situação. A reação que tem contra a confusão, a frustração e a insegurança – que sentem, sem poder exprimir – é comportarem-se de um modo que abala a estabilidade de todos !



APEGO À ROTINA

Para as crianças hiperléxicas, qualquer mudança é algo muito difícil. Quando for necessário introduzir alguma modificação na rotina, é importante preparar-se a criança para isso.



DESLIGAMENTO DA REALIDADE

A criança hiperléxica parece pensar que vivem num mundo somente seu. Não merecem confiança para sair com um grupo numa excursão, por exemplo, nem podem ser deixadas na rua, sem vigilância, mesmo perto de casa.



PEQUENA CAPACIDADE DE ATENÇÃO

A capacidade de atenção das crianças é pequena, e menor ainda nas hiperléxicas. Em certos casos, manter concentrada em um determinado assunto, por mais de alguns instantes, a atenção de uma dessas crianças, é um desafio realmente sério para seus pais e professores.Com freqüência, a criança desvia a atenção para outro objeto, deixando de lado as tarefas que lhe são propostas, uma após a outra. Por outro lado, se o assunto for de sua própria escolha, algumas crianças hiperléxicas serão capazes de lhe dedicar atenção por longo tempo. É o que acontece, por exemplo, quando assistem a programas de televisão ou a gravações em vídeo, e isto ocorre do constante estímulo visual que recebem. Há outros procedimentos que também são comuns em crianças hiperléxicas: atitudes de auto-estímulo, tais como, agitar as mãos, bater a cabeça, torcer coisas; sensação geral de ansiedade inexplicada; temor específico a alguma coisa fora do comum; sensibilidade a barulho, freqüentes acessos temperamentais.Muitas crianças apresentam esses sintomas, entre os 2 e 3 anos, e parecem ser autistas. Entretanto, melhorando a linguagem (compreensão e expressão), a conduta autista diminui ou desaparece.Deve ser lembrado que a hiperlexia é um distúrbio de linguagem, não um distúrbio de conduta. A medida que pais, professores e terapeutas desenvolvam estratégias para melhorar a linguagem e ajudar a criança a entender o que se passa em torno de si, ou o que se espera de si, ela fica menos ansiosa, mais flexível, mais interativa.Os pais da criança e qualquer adulto que tenha contato regular com a mesma, devem lembrar-se sempre deste princípio: O desenvolvimento da linguagem é a chave para destrancar uma criança hiperléxica.



PRIORIDADES

Uma sugestão-chave para pais ou atendentes cansados é o lema: selecione suas lutas. Isso não quer dizer que seja melhor, no interesse da família, deixar a criança hiperléxica fazer tudo o que quiser. Significa, sim, que nem tudo o que parece inaceitável, segundo os seus padrões, é realmente tão importante um conceito. Economize suas energias para quando for importante que ele aprenda a respeitar as regras.



ESTRATÉGIAS

Devemos refletir bem sobre o que ensinar e como ensinar a uma criança hiperléxica. Encontrar o vínculo criativo entre brincar e aprender é um desafio diário. Como os interesses mudam e as necessidades cognitivas também, você tem que estar sempre à procura de novos meios de ligação.



LIMITES

Respeite, porém, os limites, e não exija da criança mais do que ela pode dar. Gradualmente, tente esticar o período de tempo em que a criança esta se envolvendo com o mundo à sua volta, mas aceite a retirada, quando ela precisar de uma trégua.



INTELIGÊNCIA

A inteligência não é prejudicada pela hiperlexia. O teste adequado geralmente mostra que as crianças têm, no mínimo, uma inteligência normal.



CAPACIDADE DE APRENDIZAGEM

Embora por métodos não usuais, os hiperléxicos aprendem, e isto é importante ter-se em mente. É necessário conhecer-se a sua maneira singular de aprender, e então usá-la para lhes transmitir os conceitos que eles não aprenderem pelos métodos comuns. As crianças hiperléxicas captam rapidamente novas idéias, se os conceitos lhes forem apresentados na forma apropriada, ou seja, adaptada às suas condições psicológicas e à sua maneira de entender. Você poderá ter que usar métodos não ortodoxos, mas as crianças aprenderão.É preciso também, levar em conta, ao máximo, os interesses da criança. Por exemplo, se ela reage bem a anúncios comerciais musicados, ponha as tarefas da escola na música desses anúncios. Se gosta de dinossauros, ponha dinossauros nos seus exemplos. Em lugar de insistir para que a criança se adapte aos padrões normais de ensino, observe como é que ela aprende e use esse método, quando lhe for ensinar algo de novo.



LEITURA

A fenomenal capacidade precoce de leitura é extremamente favorável à criança hiperléxica. Uma ótima estratégia para liberar sua linguagem será usar a leitura como instrumento, não só para desenvolver qualquer aprendizagem, como para disciplinar a conduta.A palavra escrita é concreta. Enquanto a palavra falada voa, antes que a criança possa perceber o seu significado, a palavra escrita permanece num só lugar e permite que a criança olhe por quanto tempo seja necessário até descobrir o que ela expressa



O ESTILO DE APRENDIZAGEM DO HIPERLÉXICO

As crianças hiperléxicas são as pessoas de hábitos mais conservadores que podem existir. Gostam 
das coisas sempre da mesma forma.Eles procuram sempre – e conseguem padronizar as situações: o caminho para o mercadinho tem que ser apenas um, a seqüência da história na hora de dormir deve ser sempre a mesma, o programa da televisão não deve mudar, como também não pode variar o número de casas em que o ônibus escolar deverá parar. Assim como a linguagem deles é feita em blocos que não se partem , a conduta tende a seguir o mesmo princípio. A criança hiperléxica prefere a segurança do que lhe é familiar; isto pode levá-la a opor resistência à professora quando lhe parecer que ela pretende mudar seu comportamento.Linguagem de conduta são temas que precisam ser tratados de maneira muito específica. É importante entender-se que as crianças hiperléxicas não captam muito da altura ambiental, como outras crianças, mas, se receberem demonstrações com modelos visuais, contarão com a vantagem da sua poderosa memória.



LINGUAGEM E CONDUTA

Professores e terapeutas de crianças com sintomas de hiperlexia confirmam que a melhora da linguagem faz a melhora da conduta. Mas como pular a barreira da linguagem para chegar à conduta?Faça a criança sentir-se segura. A criança ameaçada ou assustada agirá por reflexos, não por pensamento consciente. Um afago, então, pode ser mais eficaz do que uma reprimenda, para afastar uma explosão temperamental. Evite palavreados e procure descobrir porque está insegura a criança. Às vezes a insegurança decorre apenas de um encontro da criança com algo diferente, fora da rotina. A criança hiperléxica deve ser preparada para mudanças físicas ou novas experiências, antes que elas ocorram.Outras vezes, mais freqüentes, você terá que agir diretamente sobre as condições ambientais. Você poderá precisar retirar a criança do ambiente estressante (um recinto barulhento ou superlotado), ou, simplesmente, remover daquele recinto o que estiver perturbando. Quando a criança lhe parecer calma e segura, então poderá ser viável dar-lhe uma explicação.



APRENDIZAGEM CONCRETA E SIMBÓLICA

As crianças hiperléxicas fixam-se no simbólico desde o início. Elas aprendem a ler antes de saberem falar. Com os bloquinhos de construção, em vez de erguerem torres, formam letras. Se olham para o suporte da mesa, vêem um H. Essas crianças precisam ser conduzidas à fase mais elementar dos jogos, para pegar experiência concreta, que geralmente pulam. Não tendo descoberto a relação causa efeito, por exemplo, através de jogos, elas precisam que lhes seja mostrado, visual e intencionalmente, que uma coisa traz a outra. Que elas voltem a subir em árvores, a fazer coisas simples. Que não se fixem no simbólico, deixando de lado a formação de aptidões concretas.Ajude a criança a dominar as aptidões que envolvem tocar e sentir o mundo real. Enquanto outras crianças podem descobrir conceitos por si mesmas, através de jogos, a criança hiperléxica precisa de demonstrações concretas. Se uma criança puder processar os estímulos que recebe do mundo físico ao seu redor, sua ansiedade diminuirá e a verdadeira aprendizagem começar. Então o problema do desenvolvimento da linguagem poderá, realmente, ser enfrentado.



ENSINANDO AO HIPERLÉXICO

As crianças hiperléxicas têm processos incomuns de aprendizagem, não há dúvida. A compreensão desses processos nos dará apoio para encontrarmos a maneira efetiva de transmitir, àquelas crianças, conhecimentos de linguagem e conceitos abstratos.Atuar sobre os hiperléxicos com a força da própria hiperlexia será a melhor maneira de ajudá-los a descobrir a linguagem e o prazer de usá-la. Você terá que deixar de lado tudo o que já souber a respeito de como aprendem a linguagem as crianças em geral, e fixar-se em como aprende a sua criança; este é o que será o seu ponto de partida.Pais e terapeutas já descobriram muitas maneiras, criativas e eficazes, para vencer as barreiras que se opõem ao desenvolvimento da linguagem. A estratégia se processa em três fases:Forme a sua compreensão do estilo de aprendizagem do hiperléxico;Ouça e observe-a para sentir que falhas há no desenvolvimento de sua linguagem;Crie atividades, concretas, e específicas, que utilize o estilo pessoal da criança;Escreva, escreva, escreva… porque a criança lerá, lerá, lerá.Se você tem contato freqüente com uma criança hiperléxica, você sabe que não adianta dizer-lhe vezes e vezes seguidas a mesma coisa.As crianças hiperléxicas em idade pré-escolar não entendem tudo o que lêem em um livro, numa revista ou num rótulo de uma caixa de cereais, mas se você escrever sentenças claras, do nível de sua compreensão, você observará que elas prestarão mais atenção às suas letras do que à sua voz. Não espere que a criança chegue ao 1º grau para fazer uso da sua capacidade de leitura. As instruções por escrito podem constituir uma estratégia básica, aplicável em dezenas de maneiras.



O LUGAR DA CRIANÇA HIPERLÉXICA

Dois grandes benefícios derivam do inter-relacionamento de crianças normais com hiperléxicas: estimula-se o uso da linguagem oral e desenvolve-se a capacidade de interações. A criança com aptidão normal de linguagem é, para a criança hiperléxica, um modelo constante de tagarelice. Embora estejam em campo diferentes padrões de linguagem, a criança hiperléxica presencia os irmãos e os amiguinhos usando uma linguagem funcional. Mesmo quando em desacordo, zangados, gritando a plenos pulmões, estarão falando, estarão usando linguagem verbal.O contato com outras crianças levará a hiperléxica a perceber o uso prático da linguagem; como um meio de comunicação. Haverá, então, muitas oportunidades para que os adultos a estimulem a usar suas próprias palavras, ao desejarem pedir algo, ou dizer o que sentem em determinado momento.Mesmo sem entender em detalhes as características da hiperlexia, as outras crianças, pelo convívio diário, acabam sabendo o que podem esperar da criança hiperléxica, e acham meios para se relacionarem com a mesma. Há impactos, pelo caminho, mas no seio da família ou entre bons amigos geralmente o equilíbrio se restaura.Um membro hiperléxico não corta laços de família, não desfaz amizades, não dispensa o sentimento de solidariedade entre as pessoas.



COLOCAÇÃO NA ESCOLA

As professoras precisam fazer alguns ajustes no currículo escolar, para a criança hiperléxica. Algumas são mais prestimosas do que outras, para essa tarefa que requer atenção especial quanto a alguns pontos, como: lotação da sala de aula, intensidade no programa de desenvolvimento da linguagem, flexibilidade do programa de modo geral.Idealmente a sala de aula não será grande, mas também não deve ser muito pequena. É importante que a criança hiperléxica tenha coleguinhas em número significativo, para que possa aprender a ser parte de um grupo e observar a interação social de outras crianças; se a classe for muito numerosa a criança hiperléxica poderá se sentir sobrepujada e expressar esse sentimento através de conduta desagradável. Ademais, em classe numerosa, professora e auxiliares disporão de pouco tempo para fazer o que for necessidade exclusiva da sua criança, com ter que escrever tudo que bastaria ser dito oralmente.O programa deve ter fortes elementos para desenvolver a emissão e a recepção da linguagem. Professores e auxiliares deverão valer-se da aptidão de ler das crianças, para desenvolver a compreensão e a utilização da linguagem. Esteja atenta para perceber sinais de que a criança está recebendo da professora maneiras criativas de encorajar as crianças a usar palavras em variadas colocações. É essencial que a professora seja flexível.Sugestões têm surgido, para a criação de salas de aula destinadas a hiperléxicos, em razão da sua conduta indócil. Não é uma colocação apropriada, dado que os problemas de conduta da criança hiperléxica estão ligados à linguagem. Talvez um ambiente exclusivo, ou predominante, de hiperléxicos, não proporcionaria facilidades para a abordagem natural do problema, que seria, justamente, proporcionar a convivência de crianças hiperléxicas e crianças não hiperléxicas.A chave do sucesso encontra-se com freqüência, nas classes comuns ajudadas pelos serviços auxiliares; a criança pode ter assistência de um fonoaudiólogo, um professor especialista em dificuldades de aprendizagem, um professor de reforço ou um assistente social. A professora da classe, trocando idéias com essas pessoas, também receberá ajuda para atravessar as horas difíceis.

CARACTERÍSTICAS DE UM BOM ALUNO


Cada aluno é diferente, tem sua própria personalidade e jeito de aprender, mas mesmo diante de turmas heterogêneas, professores conseguem identificar aqueles considerados "bons alunos". Um conceito que não está diretamente relacionado a desempenho acadêmico e sim a características que irão contribuir para o melhor aproveitamento das oportunidades de aprendizagem oferecidas pela escola. 

"Um bom aluno é aquele que tem uma família apoiando e torcendo para seu sucesso, que tem interesse em aprender, é equilibrado afetivamente e tem condições de conviver em um grupo social, respeitando os demais e sabendo aproveitar as chances que tem de construir novos conhecimentos", resume o professor Egídio José Romanelli, pós-doutor em Neuropsicologia pela Universidade de Montreal (Canadá). Não por acaso Romanelli coloca o apoio familiar em primeiro lugar. Trata-se efetivamente de uma condição essencial. "Os pais devem preparar seus filhos para serem alunos", defende José Carlos Pomarico, diretor-geral do Colégio Joana D´Arc. E este preparo deve ter um caráter permanente, para acompanhar as exigências progressivas que cada novo degrau acadêmico traz. "A escola precisa do apoio dos pais para que o aluno se envolva com o aprendizado.

ESTIMULAÇÃO SENSORIAL

PSICOMOTRICIDADE


Estimulação sensorial ou Integração sensorial refere-se ao processo de organização cerebral para eficientemente processar a recepção de informação sensorial em uma representação coerente do mundo.


As crianças neurotípicas aprendem a integrar seus sentidos nos primeiros anos. Elas o fazem através de interações com as pessoas próximas e através de brincadeiras exploratórias. Na verdade, toda e qualquer ação da criança resulta em informação sensorial para o cérebro, o que contribui para o processo de organização e integração. Quando você vê um bebê colocando objetos na boca ou batendo objetos no chão você está testemunhando os métodos naturais do cérebro para a integração sensorial. Quando sua criança de 4 anos pula na cama, roda em torno do próprio eixo até ficar tonta ou quer que você a segure de cabeça para baixo, ela está integrando seus sentidos. O sistema vestibular (que controla o equilíbrio) continua a amadurecer até a adolescência, o que explica o porquê dos adolescentes buscarem experiências intensas como as das montanhas-russas, enquanto que os adultos geralmente não as toleram fisicamente.

Crianças com autismo não são diferentes em relação a isto. Elas também recebem a informação sensorial que ajuda o cérebro a se organizar através de atividades como rodar, balançar, correr, pular, bater, tocar, mastigar, apertar, e cheirar! A diferença é que crianças com autismo geralmente necessitam fazer estas atividades por períodos maiores e de forma mais intensa do que outras crianças. Algumas delas também continuam a precisar destes tipos de estímulos engajando-se em comportamentos auto-estimulatórios que não seriam considerados “apropriados” para suas idades em nossa sociedade. Devido a comportamentos desta natureza, crianças com autismo são amplamente incompreendidas e, em alguns casos, maltratadas.

ESTIMULAÇÃO SENSORIAL

PSICOMOTRICIDADE


Estimulação sensorial ou Integração sensorial refere-se ao processo de organização cerebral para eficientemente processar a recepção de informação sensorial em uma representação coerente do mundo.


As crianças neurotípicas aprendem a integrar seus sentidos nos primeiros anos. Elas o fazem através de interações com as pessoas próximas e através de brincadeiras exploratórias. Na verdade, toda e qualquer ação da criança resulta em informação sensorial para o cérebro, o que contribui para o processo de organização e integração. Quando você vê um bebê colocando objetos na boca ou batendo objetos no chão você está testemunhando os métodos naturais do cérebro para a integração sensorial. Quando sua criança de 4 anos pula na cama, roda em torno do próprio eixo até ficar tonta ou quer que você a segure de cabeça para baixo, ela está integrando seus sentidos. O sistema vestibular (que controla o equilíbrio) continua a amadurecer até a adolescência, o que explica o porquê dos adolescentes buscarem experiências intensas como as das montanhas-russas, enquanto que os adultos geralmente não as toleram fisicamente.
Crianças com autismo não são diferentes em relação a isto. Elas também recebem a informação sensorial que ajuda o cérebro a se organizar através de atividades como rodar, balançar, correr, pular, bater, tocar, mastigar, apertar, e cheirar! A diferença é que crianças com autismo geralmente necessitam fazer estas atividades por períodos maiores e de forma mais intensa do que outras crianças. Algumas delas também continuam a precisar destes tipos de estímulos engajando-se em comportamentos auto-estimulatórios que não seriam considerados “apropriados” para suas idades em nossa sociedade. Devido a comportamentos desta natureza, crianças com autismo são amplamente incompreendidas e, em alguns casos, maltratadas.

terça-feira, 28 de junho de 2016

DISLEXIA


TDAH - HISTÓRIAS REAIS


QUAIS AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM?

Para muitos, as expressões “dificuldade” e “transtorno” de aprendizagem têm o mesmo significado. Mas vale enfatizar que são dois problemas diferentes e que se manifestam e devem ser tratadas de maneiras distintas.
As dificuldades de aprendizagem, normalmente, estão relacionadas a fatores externos que acabam interferindo no processo do aprender do estudante, como a metodologia da escola e dos professores, a influência dos colegas…
Em contrapartida, os transtornos, normalmente, estão intrínsecos e fazem parte do aluno, seja uma disfunção neurológica, química, fatores hereditários, imaturidade…
Partindo do princípio que, para muitos, dificuldades e transtornos têm o mesmo significado, podemos citar quais são as principais dificuldades de aprendizagem:
– Transtorno de Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade: é um problema de desatenção com ou sem hiperatividade (quando a criança é agitada e não consegue parar quieta. Elas se machucam com mais frequência, não têm paciência, interrompem conversas…;

– Discalculia: dificuldade de aprender tudo o que está relacionado a números como: operações matemáticas; dificuldade de entender os conceitos e a aplicação da matemática; seguir sequências; classificar números…;
– Dislalia: um distúrbio de fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras e pela má pronunciação, omitindo, acrescentando, trocando ou distorcendo os fonemas;
– Disortografia: dificuldade de aprender e desenvolver as habilidades da linguagem escrita, é um transtorno específico da grafia que, geralmente, acompanha a dislexia.
Ainda que muitos pensem que transtorno e dificuldade de aprendizagem seja o mesmo, é importante ter conhecimento sobre a diferença entre eles. Antes de procurar um professor particular para o seu filho, busque um diagnóstico clínico para saber quais os seus problemas de aprendizagem. Confundir transtorno com dificuldades pode acarretar sérios problemas na vida do sujeito e tratá-los da mesma maneira, provavelmente, não surtirá o efeito desejável.
O psicopedagogo é um profissional especializado para diagnosticar os problemas no processo de aprendizagem do estudante, caso você queira descobrir quais os problemas de aprendizagem de seu filho, entre em contato.

Tanya Torrico
Especialista em Psicopedagogia Clínica e  Institucional

sexta-feira, 24 de junho de 2016

ESCOLA ADEQUADA PARA CADA APRENDENTE

Cada aprendente tem suas particularidades e terá um melhor desempenho se estiver na escola adequada as suas necessidades e forma de aprendizado.
Ofereço aos pais uma consultoria nesta escolha, avaliando questões como metodologia aplicada, equipe pedagógica, infra-estrutura disponibilizada, custo x benefício, segurança e localização.

Tanya Torrico
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional

ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO TERAPÊUTICO

Psicopedagogia busca compreender profundamente as verdadeiras causas da dificuldade emocional da criança, e não apenas os aspectos superficiais. Atua com as dificuldades emocionais do paciente, que geralmente são apresentadas como sintoma de que algo não está bem com seu interior.
As dificuldades da criança podem se apresentar de diversas formas e com alterações diversas de comportamento. Dentre estes estariam, por exemplo, o excesso de timidez, nervosismo e irritabilidade, dificuldades no relacionamento com outras crianças, apego excessivo com os pais, excesso de agitação, dificuldades para dormir, falta ou excesso de apetite, tiques nervosos, crises de ansiedade, medos e fobias, mentiras excessivas, pequenos delitos, oposição às ordens, dificuldades escolares, dentre muitos outros.
O tratamento consiste em sessões especificas, onde através do diálogo e instrumentos lúdicos, o profissional estará conhecendo melhor e profundamente as reais causas das dificuldades apresentadas pela criança. A partir deste entendimento, a psicopedagoga estará então apta para interpretar e intervir diretamente nas dificuldades específicas do aprendente, o que levará à significativa melhora dos sintomas.
O período das sessões geralmente é de cinquenta minutos, com sessões realizadas entre um ou dois dias por semana, sendo que o tempo de diagnóstico e tratamento dependerá de cada caso em particular.

Tanya Torrico
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional

AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

Na avaliação psicopedagógica são utilizadas técnicas psicopedagógicas específicas onde ao final da avaliação, o profissional terá informações suficientes não só para esclarecer as reais causas das dificuldades apresentadas pelo paciente, como também para realizar o atendimento psicopedagógico terapêutico para a melhora dos sintomas, caso seja necessário.

Tanya Torrico
Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional