terça-feira, 12 de julho de 2016

MUSICOTERAPIA E DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM



A dificuldade de aprendizagem (DA) é caracterizada por um grupo heterogêneo de transtornos que se manifestam por dificuldades significativas na aquisição e uso da escuta, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas, levando consequentemente a um atraso no rendimento escolar. Podem ser classificadas em: dislexia, disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), estando ou não associadas a outras condições desfavoráveis como, por exemplo, alteração sensorial, retardo mental, distúrbio social ou emocional, ou influências ambientais como diferenças culturais, instrução insuficiente/inapropriada e fatores psicogênicos. (National Joint Committee on Learning Disabilities).

A Musicoterapia pode fazer uma grande diferença para os alunos com dificuldades de aprendizagem e tem sido utilizada com pessoas de diferentes faixas etárias (desde a pré-escola até a idade adulta tardia)  pois, através do “fazer musical” o terapeuta cativa à atenção do indivíduo, transpassando “barreiras” e indo diretamente ao encontro de suas emoções. Por este motivo, a música fornece um ambiente seguro e motivador, estimulando e utilizando diferentes partes do cérebro. Ela promove ainda o raciocínio, as habilidades de leitura, o controle motor e bem-estar físico, a comunicação e desenvolvimento da linguagem, a facilitação do processo de memorização por intermédio de técnicas de improvisação e recriação, a compreensão de sentimentos e respostas. Outro recurso da musicoterapia, o canto, trabalha o controle da respiração, o que auxilia na comunicação oral-motora e nas habilidades de articulação. Na manipulação de ritmo a clareza de voz pode ser melhorada, e o tempo do discurso da fala é adaptado para fornecer maior capacidade de comunicar-se. A expressão espontânea também é estimulada, elevando assim a autoestima e dando uma maior independência, uma vez que os alunos com DA sentem-se rejeitados pelos colegas. 
A Musicoterapia ajuda ainda na verbalização de crianças com algum bloqueio psicoemocional, e a improvisação atua de tal forma que o terapeuta pode mudar e adaptar a sua resposta para atender às necessidades do cliente ou reagir a qualquer mudança de comportamento, diminuindo a ansiedade muitas vezes associada aos distúrbios da fala.  
Apesar de todos estes benefícios, muitos pais diante das dificuldades escolares apresentadas por seus filhos, acreditam que depois de algum tempo eles conseguirão acompanhar os demais, e nem sempre buscam auxílio terapêutico. Contudo, uma simples dificuldade muitas vezes pode transformar-se em algo significativo e não depende apenas do esforço da criança, mas do apoio dos pais, dos educadores e do terapeuta.

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